segunda-feira, 26 de abril de 2010

Teatral Mundo

Esse mundo, um grande teatro?
Os fatos, parte de um roteiro?
Nós, meros intérpretes das palavras
Já prescritas em um amarelado papel.

Ao filosofar, uma dúvida paira no ar. Enquanto há discussão entre ciência e religião, eu tento servir à uma crença que veio do coração. É durante a solidão que entrego-me ao fascínio das belezas mundanas, do detalhe mais simples ao mais fantástico! Sem hesitar, começo então a filosofar...
De onde somos? Quem somos nós? São perguntas pouco cultuadas. Somos tão curiosos em relação ao que nos rodeia que nos esquecemos de tentar compreender a nós mesmos...
Após tanto filosofar ao caminhar entre a multidão, mas ainda afundar na solidão, teorizei que somos todos intérpretes de uma magnífica peça teatral cujo palco é o nosso próprio mundo!
Às vezes, somos palhaços que arrancam sorrisos e gargalhadas de quem nos rodeia...
Às vezes, somos Romeu e Julieta em um romance que tragicamente se quebra... Ou, conquistamos nosso "Felizes para sempre"!
Às vezes, somos psicopatas cruéis assassinando a alegria do próximo por desejo ou vingança...
Às vezes, somos a personificação da incompreensão rastejando aos pés dos outros e chorando aos prantos...
E sempre, somos marionetes manipuladas por uma mão mercenária do poder.
Afinal, quem somos nós ao certo, nesse teatro?




sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Fim do Mundo

2012? Bobeira. O mundo está acabando aqui e agora e ninguém percebeu.
As crianças não tem mais a liberdade e a felicidade de poder correr na rua, fazer amizade com o pessoal do bairro, jogar pique e comer bolinho de chuva da vovó enquanto assiste desenho; os pré-adolescentes já se comportam como adultos, quando na verdade mal sabem o que "adulto" significa. As meninas de 11 anos não brincam mais de boneca, nem os meninos de Max Steel... Estão, na verdade, escondidos atrás da escola escorregando as mãos um pelo outro ; para os adolescentes o que vale é a moda: a música é Luan Santana e, para os mais rebeldes, o rock é Charlie Brown Jr. Ser culto é ter lido duas ou três páginas de Paulo Coelho, e ser bem visto é ter tênis Nike, assim como ser bonita é ser esquelética e ter bolas de blush nas maçãs ao invés de um sorriso no rosto ; os adultos se esqueceram de tudo o que no passado acreditaram, se esqueceram de quem são e quem são seus filhos, porque o novo filho é o trabalho, e seu gêmeo são os remédios ; os idosos já não conhecem a paz, porque do lado de fora há tanta violência quanto se possa imaginar e não há como viver em tranquilidade atrás das grades de suas próprias janelas.
Em meio a isso, o meio ambiente pede por incessante socorro, porque sabe que não aguentará por muito tempo sendo impiedosamente explorado como é. Os animais clamam para que olhem por eles, porque assim também pouparão seus familiares. No entanto, ninguém escuta.
Será que terão de esperar até 2012 para prestar atenção no que fazem com o único planeta que possuem?
Por que a paz e o amor foram esquecidos sendo as coisas mais belas dos mundos? Quem ama, respeita. Quem procura a paz, faz a paz. Um mundo de paz e amor - se não era uma ideia ruim décadas atrás, por que seria agora? Mas não se demore, porque 2012 é conversa cinematográfica, o que está acontecendo é o agora, e o tempo não espera por nós.


Estréia =) isa ~ kah.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Outono

Sorrateiro, então chegou.
Tampouco, se anunciou.
Mas um som diferente preenchia meus passos.
Quando, sem rumo, eu pisava sobre os plátanos.

As folhas jaziam nas ruas e calçadas, nos campos e alamedas.
Formavam um macio tapete que estalava durante a caminhada.
A manhã permanecia calada.

Ah, o outono! Ilustra meus dias com suas diferentes nuances. Enxergo mil cores em um tapete de folhas secas e, quando pisoteio-as, sinto-me sobre a mais leve pluma que paira no ar! Minha mente está sempre deslizando por entre as nuvens douradas de um sonho distante que jamais esquecerei, mas também não recordarei. Eu sinto uma misteriosa saudade de rasgar os céus, como um anjo alado, embora nunca o tenha feito nessa vida. São nesses dias de outono que enxergo um céu alaranjado e sinto vontade de tocá-lo, sinto que deveria apalpar as nuvens de algodão, mas estão tão altas! São nesses dias que enxergo o outono não como apenas a morte das folhas, mas também o renascimento da vida. Então, por que não recomeçar nesse outono?