Uma menina do sorriso perolado perguntou ao menino de olhar oco
"Aonde você mora, amigo?"
O pequeno necessitado contemplou-a para desferir palavras, em tom rouco
"À soleira da sua porta..."
"Aonde você mora, amigo?"
O pequeno necessitado contemplou-a para desferir palavras, em tom rouco
"À soleira da sua porta..."
A situação é extrema. Não há leis que se apliquem à semi-vida dessas pessoas. De quem estou falando? Dos moradores de rua! Das pessoas que dormem sobre um papelão na porta do seu condomínio ou casa, ou daquele senhor bêbado e barbudo cujas palavras não possuem nexo, cujas palavras são proliferadas ao nada...
Coloquei-me metaforicamente no lugar dessas pobres pessoas necessitadas, e conclui... Eu sou como uma dessas pessoas! Sou um nômade como eles, pois nunca terei moradia fixa durante toda a minha vida. A minha rua é esse mundo, no qual não consigo me situar. A minha casa é aquele lugar seguro, para onde todos vão e de onde todos vêm. Eu vivo em lugar nenhum, mas gostaria de viver nas nuvens, a terra de ninguém! Eu levaria comigo todas as pessoas desorientadas para o reino onde não há posses, apenas a paz dormente ao lado. Vocês me fariam companhia na terra de ninguém?
Coloquei-me metaforicamente no lugar dessas pobres pessoas necessitadas, e conclui... Eu sou como uma dessas pessoas! Sou um nômade como eles, pois nunca terei moradia fixa durante toda a minha vida. A minha rua é esse mundo, no qual não consigo me situar. A minha casa é aquele lugar seguro, para onde todos vão e de onde todos vêm. Eu vivo em lugar nenhum, mas gostaria de viver nas nuvens, a terra de ninguém! Eu levaria comigo todas as pessoas desorientadas para o reino onde não há posses, apenas a paz dormente ao lado. Vocês me fariam companhia na terra de ninguém?