quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cloud of Unknowing

Lágrimas rolam sobre o véu negro da noite
Prateadas, abençoam nossos sonhos com a essência do luar
Do céu, uma chuva de estrela cadente
Perfuram nossos sonhos, nuvens do desconhecimento, meu lar.

Escondido no extremo do meu coração, vive um menino. Um órfão carente de amor e felicidade, mas sim, ele tem uma ou outra amizade! Poucas são, mas ele as vela com seus olhos de diamante. São sim, a ele, a coisa mais importante! Sobre as nuvens de algodão de seus sonhos, ele os guia. Guia esses amigos, essas amigas, porque a eles quer mostrar o seu lar! Um lugar utópico, o seu mundo de sonhador. Quando se permite voar, larga no chão toda a sua dor. Afinal, quem voaria carregando um peso no coração?

Era para ser sobre amizade... Minha sensibilidade sempre foi grande em relação ao abstrato! Amor, amizade... Quando sonho, vejo todos aqueles que levo em minha mente, preenchendo cada pedacinho de terra desse meu mundo utópico! Eles estão todos bem, lá... E eu gostaria de preservá-los daquele jeitinho que os encontro quando durmo. Mas, ninguém pertence a ninguém, melhor assim! Só desejo que meus amigos sempre sejam, os meus queridos amigos!

"Se você não tem o que quer, então venha comigo..."

Texto dedicado aos amigos e amigas a seguir:
Lucas Ferrari
Kaue
Kaique
Juliana
Hannah
Isadora
Rafael
José
Jonathan
Larissa
Jana
Nycolle
Matheus
Hiago
Philipp
Débora
Thuany
Daniela
Bruno
Leo




terça-feira, 29 de junho de 2010

Lista da Bota

A minha amiga Isa, do Mecânica Celeste Aplicada indicou o Fragmentos de Nuances a um dos 5 blogs que devem prosseguir com a corrente da Lista da Bota, na qual se deve colocar os desejos do que você tem a fazer antes de morrer.

Então, abaixo, os meus desejos!
- Voar de balão sem rumo nem direção;
- Me tornar um cantor de uma banda pós-punk e mudar o mundo através da música;
- Ter uma casa enorme no cume de uma montanha verdinha em Minas Gerais;
- Oferecer o máximo de ajuda que eu puder aos moradores de rua;
- Presentear o Bono Vox com alguns CD's do Legião Urbana;
- Provar às pessoas que não preciso provar nada a ninguém;
- Preparar um almoço aos meus mais marcantes amigos que preencheram seus espaços em meu coração.

domingo, 27 de junho de 2010

Fórmula da "felicidade"

Sorrisos esticados, lábios pincelados, face desenhada. Para ser bonita, o principal é ser magra. Se você é gorda, é feia. Se não tem os cabelos lisos, eles são ruins. Se tem olhos, nariz, pernas, braços tortos, é esquisita. Se não vai onde todo mundo vai, é mais ainda. Tenha o celular da moda, o mais caro. Os amigos mais legais, normais e bonitos, assim como você. A casa é simples? Nem pense em ficar perto.
Sociedade de aparências. Adolescentes, principalmente do sexo feminino são os principais afetados com toda a informação bombardeada em suas cabeças e, alguns não sendo magros(as), ricos(as) ou o que for a definição de beleza da época, se sentem piores do que outros. Querem impressionar, ser notados, e não caçoados. É normal, todos querem atenção. Porém, a partir do momento que isso prejudica a saúde do adolescente, é um problema muito sério que deve ser notado e tratado.
Ninguém tem que aceitar ser rebaixado por ninguém.
Se tem algum problema com os outros ou consigo mesmo, o melhor é procurar os pais que saberão o que fazer. Se não os pais, algum adulto presente em sua vida.
A sociedade cobra que para ser perfeito, existe uma fórmula X que você tem que seguir, se não não será feliz. Mentira! A felicidade passa bem longe de ter o carro do ano.
Não é preciso se tornar um robô para alcançar os sonhos.
Existe mais do que a casca. Existe o que realmente se é.
Seja você mesmo, é a melhor forma de encontrar a felicidade de verdade.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Plumas aos Ventos

Plumas negras repousam sobre a superfície azul
Asas de um pavão?
Não.
Asas de um sonhador coração.

Quando o céu chorar aos prantos, suas lágrimas amargas corroerão o azul do pano estendido, oh belo céu.
Quando o céu chorar aos prantos, as cores serão borrões desfigurados no que um dia fora um belo céu.
O algodão das nuvens adoecerá, escuro e úmido.
A voz dos deuses ecoará, em um trovão.
As luzes dançarão enfurecidas, enquanto relampear.
E quando o céu chorou aos prantos, eu, um solene anjo, cruzei o furioso céu e caí. Conforme eu caía num infinito tempo e espaço, ansiava pelo choque contra o chão. E quando despertei desse entorpecente pesadelo, vi as asas negras de um anjo torto, as minhas asas negras!
Mas, quando o céu chorar aos prantos, caia, levante-se e minta para si mesmo como um anjo caído.
Voe, pois ainda terá teu par de asas!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Muro

Alô, cruel mundo
Há alguém do outro lado da linha?
Não finja estar surdo.

Com a cabeça recostada no vidro embaçado de uma janela, sustentava um olhar melancólico fixo na distante alameda.
Seus olhos castanhos, inertes. Seu coração, o único som existente.
Inexistia ele, no próprio apartamento. Não completamente só, estava acompanhado do sofrimento.
Em um desses dias frios em que nem um sorriso é sensato, repousava ele, em um mundo comprimido. Um mundo só dele, onde os minutos se arrastavam como horas que se prolongavam a dias... Onde o tempo passava, mas adiavam o tempo.

Ele tinha a luz artificial cintilando sob o teto, tinha uma televisão muda de onde saltavam imagens confusas, tinha em seus braços um caderno de poemas... Mas perdera a si mesmo.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Terra de Ninguém

Uma menina do sorriso perolado perguntou ao menino de olhar oco
"Aonde você mora, amigo?"
O pequeno necessitado contemplou-a para desferir palavras, em tom rouco
"À soleira da sua porta..."

A situação é extrema. Não há leis que se apliquem à semi-vida dessas pessoas. De quem estou falando? Dos moradores de rua! Das pessoas que dormem sobre um papelão na porta do seu condomínio ou casa, ou daquele senhor bêbado e barbudo cujas palavras não possuem nexo, cujas palavras são proliferadas ao nada...

Coloquei-me metaforicamente no lugar dessas pobres pessoas necessitadas, e conclui... Eu sou como uma dessas pessoas! Sou um nômade como eles, pois nunca terei moradia fixa durante toda a minha vida. A minha rua é esse mundo, no qual não consigo me situar. A minha casa é aquele lugar seguro, para onde todos vão e de onde todos vêm. Eu vivo em lugar nenhum, mas gostaria de viver nas nuvens, a terra de ninguém! Eu levaria comigo todas as pessoas desorientadas para o reino onde não há posses, apenas a paz dormente ao lado. Vocês me fariam companhia na terra de ninguém?

sábado, 1 de maio de 2010

Carpe Diem

                                            Aproveite o momento.


De olhos castanhos voltados ao infinito, contemplava um céu retalhado entre o azul e o branco afável das nuvens de algodão, que trafegam livres e sem rumo, sopradas e varridas pelos ventos do sul. Os fios negros do seu cabelo dançam, acompanhando o balançar da relva desses campos imaginários, aonde sentou-se ao lado de uma amiga e o silêncio cultivou durante bom tempo.
_ Eu não quero mais estar na cidade... Eu quero fugir de lá...
A castanha seguiu os olhos do amigo com seus próprios e acabou por prendê-los ao mesmo céu, deixando-se assim vagar pelo mundo atrás das nuvens. Embora ele tenha concluído a frase, ela manteve os lábios selados, a aguardar apenas que o garoto continuasse a relatar-lhe os pensamentos.
O verde dos campos escurecia conforme a relva inclinava-se com os ventos. Os campos dançavam em sincronia, produzindo um aconchegante som que embalou ao coração perturbadamente acelerado de um mero - somente mais um - jovem perdido nas mentiras da cidade. E, manso, ele declarou com sua voz nem grave nem aguda, simplesmente doce.
_ Gostaria eu de viver em um lugar calmo, tranquilo...
Abraçou-se aos joelhos, procurando por abrigo diante do conflito que travavam as suas emoções.
Respirou fundo o ar dos campos e por fim, um sorriso pequeno coloriu-lhe os lábios. Um lugar calmo, tranquilo... Aquele era um lugar calmo e tranquilo. Desceu os olhos até a face perturbada a sua frente e repousou uma mão sobre seu ombro direito, como se além de apoiá-lo, o chamasse para levantar a visão e enxergar o que havia em volta.
_ Olhe onde estamos. É aqui que quer viver? - Indagou a jovem, em tom sereno, sem deslocar os olhos para outra direção.
A descoberta percorreu-lhe o corpo, em uma euforia que agitava-lhe o coração. Foi quando ergueu seu olhar melancólico e baixo para o lugar que os rodeavam. E esboçou um sorriso tímido, com as sobrancelhas elevadas acima dos seus enormes olhos. Como era belo este mundo...
_ Talvez... - Admitiu em um sussurro audível. - Se eu puder contemplar um único pôr do sol decente e chorar diante da paisagem, eu estarei bem... Porque eu não sei mais... Qual o meu lugar, ao certo...
Baixou o olhar mais uma vez, afundando em seus mais obscuros pensamentos. Sua expressão enigmática e séria bloqueava qualquer leitura de seus sentimentos.
_ E se eu estiver sonhando agora?
Pôde sentir através da pele, que o garoto percebera onde estavam. Aquilo acendeu-lhe a acalentadora esperança de fazê-lo ver o lado bom do mundo terrível em que viviam, por mais que parecesse não haver lado bom algum. Escutou-o silenciosamente, sem interromper-lhe uma única vez até escutar a pergunta que o afligia o coração. Sorriu mais uma vez, e respondeu num tom de conforto:
_ Aproveite esse sonho o máximo que puder porque você não sabe o que vai ter se acordar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Teatral Mundo

Esse mundo, um grande teatro?
Os fatos, parte de um roteiro?
Nós, meros intérpretes das palavras
Já prescritas em um amarelado papel.

Ao filosofar, uma dúvida paira no ar. Enquanto há discussão entre ciência e religião, eu tento servir à uma crença que veio do coração. É durante a solidão que entrego-me ao fascínio das belezas mundanas, do detalhe mais simples ao mais fantástico! Sem hesitar, começo então a filosofar...
De onde somos? Quem somos nós? São perguntas pouco cultuadas. Somos tão curiosos em relação ao que nos rodeia que nos esquecemos de tentar compreender a nós mesmos...
Após tanto filosofar ao caminhar entre a multidão, mas ainda afundar na solidão, teorizei que somos todos intérpretes de uma magnífica peça teatral cujo palco é o nosso próprio mundo!
Às vezes, somos palhaços que arrancam sorrisos e gargalhadas de quem nos rodeia...
Às vezes, somos Romeu e Julieta em um romance que tragicamente se quebra... Ou, conquistamos nosso "Felizes para sempre"!
Às vezes, somos psicopatas cruéis assassinando a alegria do próximo por desejo ou vingança...
Às vezes, somos a personificação da incompreensão rastejando aos pés dos outros e chorando aos prantos...
E sempre, somos marionetes manipuladas por uma mão mercenária do poder.
Afinal, quem somos nós ao certo, nesse teatro?




sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Fim do Mundo

2012? Bobeira. O mundo está acabando aqui e agora e ninguém percebeu.
As crianças não tem mais a liberdade e a felicidade de poder correr na rua, fazer amizade com o pessoal do bairro, jogar pique e comer bolinho de chuva da vovó enquanto assiste desenho; os pré-adolescentes já se comportam como adultos, quando na verdade mal sabem o que "adulto" significa. As meninas de 11 anos não brincam mais de boneca, nem os meninos de Max Steel... Estão, na verdade, escondidos atrás da escola escorregando as mãos um pelo outro ; para os adolescentes o que vale é a moda: a música é Luan Santana e, para os mais rebeldes, o rock é Charlie Brown Jr. Ser culto é ter lido duas ou três páginas de Paulo Coelho, e ser bem visto é ter tênis Nike, assim como ser bonita é ser esquelética e ter bolas de blush nas maçãs ao invés de um sorriso no rosto ; os adultos se esqueceram de tudo o que no passado acreditaram, se esqueceram de quem são e quem são seus filhos, porque o novo filho é o trabalho, e seu gêmeo são os remédios ; os idosos já não conhecem a paz, porque do lado de fora há tanta violência quanto se possa imaginar e não há como viver em tranquilidade atrás das grades de suas próprias janelas.
Em meio a isso, o meio ambiente pede por incessante socorro, porque sabe que não aguentará por muito tempo sendo impiedosamente explorado como é. Os animais clamam para que olhem por eles, porque assim também pouparão seus familiares. No entanto, ninguém escuta.
Será que terão de esperar até 2012 para prestar atenção no que fazem com o único planeta que possuem?
Por que a paz e o amor foram esquecidos sendo as coisas mais belas dos mundos? Quem ama, respeita. Quem procura a paz, faz a paz. Um mundo de paz e amor - se não era uma ideia ruim décadas atrás, por que seria agora? Mas não se demore, porque 2012 é conversa cinematográfica, o que está acontecendo é o agora, e o tempo não espera por nós.


Estréia =) isa ~ kah.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Outono

Sorrateiro, então chegou.
Tampouco, se anunciou.
Mas um som diferente preenchia meus passos.
Quando, sem rumo, eu pisava sobre os plátanos.

As folhas jaziam nas ruas e calçadas, nos campos e alamedas.
Formavam um macio tapete que estalava durante a caminhada.
A manhã permanecia calada.

Ah, o outono! Ilustra meus dias com suas diferentes nuances. Enxergo mil cores em um tapete de folhas secas e, quando pisoteio-as, sinto-me sobre a mais leve pluma que paira no ar! Minha mente está sempre deslizando por entre as nuvens douradas de um sonho distante que jamais esquecerei, mas também não recordarei. Eu sinto uma misteriosa saudade de rasgar os céus, como um anjo alado, embora nunca o tenha feito nessa vida. São nesses dias de outono que enxergo um céu alaranjado e sinto vontade de tocá-lo, sinto que deveria apalpar as nuvens de algodão, mas estão tão altas! São nesses dias que enxergo o outono não como apenas a morte das folhas, mas também o renascimento da vida. Então, por que não recomeçar nesse outono?